quinta-feira, 3 de outubro de 2013

MAIS UMA VEZ: JESUS TEVE IRMÃOS?

Os evangélicos são praticamente unânimes ao afirmar que Nossa Senhora teve outros filhos depois de Jesus Cristo. Bem, o que esperar das ovelhas que se recusam a serem apascentadas pelo sucessor de Pedro, e preferem ser guiadas pelos pastô?
Para entender melhor essa questão dos “irmãos” de Jesus, precisamos nos dar conta do contexto social e familiar da época. Hoje em dia, quando pensamos em família, pensamos em pai, mãe e filhos (família nuclear). No máximo, incluímos os avós.
Porém, naquele tempo, a família “mais chegada” era um conceito bem mais amplo, incluindo tios e primos. Como o Estado não garantia a segurança dos cidadãos comuns (não havia “polícia”) e não eram concedidos benefícios sociais, as pessoas dependiam muito de seus parentes.
Os parentes se defendiam de ameaças de roubo, de violência e de disputas. Também se socorriam em casos de necessidade material e se uniam para plantar ou colher em conjunto, caso possuíssem terras cultivadas. Então, era comum que alguém chamasse um primo ou tio de “irmão”.
Os chamados “irmãos” de Jesus (citados em Mc 3,31; Jo 2,12; At 1,14; 1Cor 9,5; Gl 1,19) eram, na verdade, seus primos ou parentes próximos. A Escritura não somente designa com o nome de irmãos aqueles que são filhos do mesmo pai ou da mesma mãe, mas também aqueles que são parentes próximos, como tios e primos.
Vamos ver os exemplos da Bíblia:
  • Abraão chama de Irmão a Lot, seu sobrinho (Gen 11, 27; 13-8); quando a própria Escritura diz que Lot era filho do irmão de Abraão (Gn 12, 4-5);
  • Labão também chama Jacó de irmão (Gn 29-15), quando este era, na verdade, seu sobrinho.
Quero apontar três grandes evidências que nos levam, pela lógica, a concluir que o dogma da virgindade perpétua de Nossa Senhora faz todo o sentido.
Evidência 1. Após a morte de Seu Filho na cruz, Nossa Senhora corria o risco de se tornar uma viúva desamparada, sem apoio social e sem sustento. Era preciso que um parente generoso a acolhesse em seu lar, e isso, naturalmente, caberia a um de seus outros filhos, se ela os tivesse.
Mas seu pastô… se Maria tinha mesmo outros filhos, os muléke era tudo filho desnaturado! Em vez de apoiarem a Mãe, os mano di Zizuiz deixaram que outro homem, João, que nem era da família, a assumisse como mãe e a levasse consigo para casa. Será?
“Quando Jesus viu sua mãe e perto dela o discípulo que amava, disse à sua mãe: Mulher, eis aí teu filho. Depois disse ao discípulo: Eis aí tua mãe. E dessa hora em diante o discípulo a levou para a sua casa.”
- João 19, 26-27
Se liga, pastô! O fato da Mãe de Jesus ter sido acolhida por um homem que não era de sua família indica que ela não tinha outra opção de proteção masculina, ou seja, não tinha marido, filhos ou genros com quem pudesse contar.
Evidência 2. A Arca da Aliança era tão sagrada que somente os homens da tribo de Levi – a tribo sacerdotal – podiam tocá-la. Um hebreu, certa vez, na maior boa intenção, segurou a Arca pra impedir que ela caísse no chão, mas como não era levita, morreu na hora (sente o drama!). Se o Senhor tinha tamanho zelo pela Arca que continha as tábuas da Lei, não teria Ele zelo infinitamente maior pela Arca da Nova Aliança, ou seja, pela mulher carregou Seu Filho dentro de Si?
Se a Arca da Aliança era sagrada, quanto mais sagrado não seria o ventre onde o corpo do Rei dos Reis tomou forma! Faria mesmo sentido que essa Nova Arca, esse espaço sacratíssimo onde Deus habitou fosse depois habitado por seres humanos manchados pelo pecado original?
Evidência 3. Como sabemos, a fé da Igreja se baseia na Bíblia e na Tradição. Pois bem: dois historiadores da Igreja Antiga, Rufino (“Comentário ao Credo dos Apóstolos“, 37) e Eusébio de Cesaréia (“História Eclesiástica“, II, 23) registraram a Tradição Apostólica que identifica Tiago, autor da Epístola de Tiago, como irmão do Senhor. E está claro que este Tiago é filho de Alfeu, irmão de Judas Tadeu (Jd 1,1), o autor da Epístola de Judas.
As citações bíblicas dos “irmãos” de Jesus, longe de serem uma contrariedade para a doutrina da Igreja, são mais um forte indício de que a Bíblia NÃO foi adulterada pelos padres antigos, como muitos dizem por aí. Afinal, se assim fosse, os copistas teriam substituindo “irmãos” por “primos”, eliminando a necessidade de os teólogos explicarem essa aparente objeção ao dogma da virgindade perpétua de Nossa Senhora.
Fonte: www.ocatequista.com.br

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